PREFEITURA SANTANA

Senado faz debate sobre PEC dos Precatórios

Senadores e especialistas debateram nesta segunda-feira (22) a chamada Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios (PEC 23/2021)

Por Redação em 23/11/2021 às 13:33:21

Senadores e especialistas debateram nesta segunda-feira (22) a chamada Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios (PEC 23/2021), que parcela o pagamento de precatórios e muda regras do Teto de Gastos PĂșblicos. De acordo com o governo federal, a proposta vai abrir espaço para o pagamento, até o final de 2022, do programa AuxĂ­lio Brasil — benefĂ­cio social que substitui o Bolsa FamĂ­lia.

De acordo com o secretĂĄrio de Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago, o texto original da PEC, enviado pelo Poder Executivo, previa um teto para o pagamento de precatórios e parcelava o pagamento dos precatórios que sobrarem após o atingimento desse teto. Ao tramitar na Câmara, os deputados federais acabaram com a possibilidade desse parcelamento e criaram um limite para esse pagamento calculado retroativamente desde 2016. Segundo Colnago, a PEC vai garantir a manutenção do teto de gastos.

Texto alternativo

Também participaram do debate os senadores José AnĂ­bal (PSDB-SP), Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Os trĂȘs apresentaram, juntos, um texto substitutivo à PEC 23/2021. Segundo AnĂ­bal, a proposta deles possibilita o pagamento do AuxĂ­lio Brasil e "impede o governo de dar calote nos precatórios". Para isso, o texto coloca fora do limite do teto de gastos os R$ 89 bilhões de precatórios que o governo federal tem de pagar em 2022.

AnĂ­bal explicou que, atualmente, 85% dos precatórios a serem pagos são dĂ­vidas previdenciĂĄrias e trabalhistas de pequeno e médio valor. JĂĄ o senador Oriovisto Guimarães afirmou que a proposta alternativa acaba com as chamadas emendas de relator no Orçamento, impede o calote dos precatórios, preserva as regras do teto e busca tornar o AuxĂ­lio Brasil um programa permanente.

Bola de neve

Para o diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI), Felipe Salto, o recĂĄlculo do teto de gastos, da forma como foi aprovado pela Câmara, é uma mudança "intempestiva e inoportuna". Salto ressaltou que, segundo cĂĄlculos da IFI, a PEC vai gerar "uma espécie de bola de neve", acumulando os precatórios adiados e podendo totalizar mais de R$ 800 bilhões no final de 2026.

"Essa saĂ­da, de mudar o teto para abrir espaço fiscal, é muito ruim, porque leva a uma perda de credibilidade, é uma mudança que não tem base técnica", afirmou.

No Relatório de Acompanhamento Fiscal publicado na quarta-feira (17), a Instituição Fiscal Independente advertiu que "a mudança retroativa da forma de correção do teto de gastos seria, na prĂĄtica, o fim da regra como foi concebida". E que, mesmo antes da votação da PEC no Senado, "os efeitos sobre o cenĂĄrio macroeconômico jĂĄ são sentidos" devido ao aumento da incerteza.

Votação da PEC

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta segunda que, em duas semanas, a PEC dos Precatórios poderĂĄ ser votada no plenĂĄrio da Casa. Antes de ir ao plenĂĄrio, o texto ainda precisa ser analisado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), nesta quarta-feira (24).

Em palestra na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), na capital paulista, Pacheco ressaltou que a obrigação de pagar os precatórios é inquestionĂĄvel e que, por isso, o assunto e a solução para o problema foi tão discutido.

*Com informações da AgĂȘncia Senado

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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