A PolĂcia Federal informou ter liberado 599 pessoas que foram presas ontem (9) durante o desmonte do acampamento golpista instalado em frente ao quartel-general do Exército, em BrasĂlia. A liberação, segundo a corporação, se deu por razões humanitĂĄrias, por se tratarem de idosos, mães com crianças e pessoas com problemas de saĂșde.
Em relação aos demais presos, a Secretaria de SaĂșde do Distrito Federal informou ter montado uma estrutura de cinco tendas do Serviço de Atendimento Móvel de UrgĂȘncia (Samu) na Academia de PolĂcia Federal, para onde os mais de 1,5 mil presos foram levados.
Até a manhã de hoje (10), 243 atendimentos haviam sido realizados, a maioria de casos leves, informou o Samu. A equipe conta com médicos, profissionais de enfermagem e de saĂșde mental. Houve 30 remoções em ambulância para a Unidade de Pronto Atendimento e o Hospital Regional de Sobradinho, região do DF onde fica a academia de polĂcia.
Os detidos foram levados para o local em dezenas de ônibus, após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ter determinado a prisão em flagrante de todos que não se retirassem dos acampamentos golpistas, em todo o paĂs.
Na decisão, o magistrado mencionou sete crimes que podem ter sido cometidos pelos militantes bolsonaristas, incluindo crimes contra o Estado DemocrĂĄtico de Direito e a soberania nacional. A decisão de Moraes ocorreu horas depois de vândalos terem invadido e depredado o PalĂĄcio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, que ficam na Praça dos TrĂȘs Poderes, na tarde de domingo (8).
De acordo com a PF, hĂĄ na academia amplo acesso a advogados e defensores pĂșblicos. Todos os que ainda se encontram no local deverão ser ouvidos e fichados. Algumas pessoas estão sendo liberadas enquanto outras são encaminhadas para o sistema penitenciĂĄrio do Distrito Federal. Até às 15h35 de hoje, 527 pessoas foram mantidas presas, informou a PF em nota.
"Todos estão recebendo alimentação regular (café da manhã, almoço, lanche e jantar), hidratação e atendimento médico quando necessĂĄrio", diz o texto.
Mais cedo nesta terça-feira (10), durante a posse do novo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, Moraes disse que todos os que praticaram, financiaram e incentivaram os atos golpistas de domingo seriam punidos no rigor da lei. "Não achem que as instituições irão fraquejar", afirmou ele.
Edição: Denise Griesinger
Fonte: AgĂȘncia Brasil