PREFEITURA SANTANA

Anielle Franco anuncia programas de educação e intercâmbio

Objetivo Ă© combater racismo e aprofundar a história do povo negro

Por Daniella Almeida - Repórter da Agência Brasil - Brasília em 13/07/2023 às 19:14:29
© Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

© Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O Ministério da Igualdade Racial (MIR) anunciou, nesta quinta-feira (13), a oferta de bolsas de doutorado e pós-doutorado sanduĂ­che no exterior para mulheres negras, quilombolas, indĂ­genas e ciganas, pelo Programa Atlânticas - Beatriz Nascimento de Mulheres na CiĂȘncia. A iniciativa homenageia a pesquisadora negra sergipana Beatriz Nascimento. A ativista do movimento negro criticava a postura considerada por ela como despreocupada e negligente tanto da academia, quanto das pesquisas por não haver aprofundamento sobre a história do povo negro no Brasil, bem como de suas origens africanas.

Ao todo, o governo federal vai investir aproximadamente R$ 7 milhões, resultado da parceria entre os ministérios da Igualdade Racial; da CiĂȘncia, Tecnologia e Inovações (MCTI); das Mulheres; dos Povos IndĂ­genas; e do Conselho Nacional de Desenvolvimento CientĂ­fico e Tecnológico (CNPq), ligado ao MCTI.

BrasĂ­lia, 13/07/2023 A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco e o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, durante café da manhã na programação do mĂȘs dedicado às mulheres negras, jĂĄ que o dia 25 de julho celebra o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ AgĂȘncia Brasil
Governo vai investir R$ 7 milhões no programa Atlânticas, diz Anielle - Fabio Rodrigues - Pozzebom/AgĂȘncia Brasil

O anĂșncio foi feito pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, durante um café da manhã com parlamentares, nesta quinta-feira, na sede da pasta, em BrasĂ­lia. Participaram do encontro as deputadas TalĂ­ria Petrone (PSOL-RJ), Reginete Bispo (PT-RS), Dandara Tonantzin (PT-MG), Carol Dartora (PT-PR) e Gisela Simona (União-MT), além do ministro da Secretaria de Relações Institucionais da PresidĂȘncia da RepĂșblica, Alexandre Padilha, e outras mulheres negras convidadas.

Como concorrer

O Programa Atlânticas - Beatriz Nascimento de Mulheres na CiĂȘncia 2023 serĂĄ anunciado em 20 de julho, em Belém (ParĂĄ). Mulheres negras, quilombolas, indĂ­genas e ciganas -- regularmente matriculadas em curso de Doutorado reconhecido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de NĂ­vel Superior (CAPES), ou que tenham concluĂ­do programa de pós graduação igualmente reconhecido pela CAPES em qualquer ĂĄrea de conhecimento – poderão concorrer a, pelo menos, 45 bolsas de doutorado sanduĂ­che e de pós-doutorado oferecidas no exterior.

Mestrandos quilombolas

Ainda na ĂĄrea de educação, o MIR assinarĂĄ um protocolo de intenções com a Universidade de BrasĂ­lia (UnB), para oferecer bolsas de mestrado para sete estudantes no Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade junto a Povos e Territórios Tradicionais da UnB. A secretĂĄria-executiva Roberta EugĂȘnio do Ministério da Igualdade Racial (MIR) destacou o pioneirismo da iniciativa. "É o primeiro programa de pós-graduação voltado para populações quilombolas".

Caminhos Amefricanos

No próximo dia 31, no Maranhão, serĂĄ lançado o Caminhos Amefricanos - Programa de Intercâmbio Sul-Sul, que pretende estimular a socialização de conhecimentos, experiĂȘncias e polĂ­ticas pĂșblicas que contribuam para o combate e superação do racismo no Brasil. O programa, voltado a estudantes de licenciatura, homenageia a filósofa e antropóloga brasileira Lélia Gonzales. O objetivo do Caminhos Amefricanos é permitir experiĂȘncias de curta duração no exterior em paĂ­ses africanos, latino-americanos e caribenhos.?

O programa é resultado da parceria entre os ministérios MIR, da Educação, das Relações Exteriores e, também, da Capes.

A assessora especial de Assuntos Estratégicos do MIR, Marcelle Decothé, adiantou que neste mĂȘs, o Julho das Pretas, serĂĄ assinado um memorando de entendimento com a Colômbia, com eixos de cooperação na ĂĄrea de educação, fortalecimento do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir) e a proteção de populações quilombolas.

O Julho das Pretas é um movimento para abrir um espaço de luta por direitos e debate para as mulheres pretas na sociedade brasileira e tem seu ĂĄpice no dia 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.

Marcelle Decothé fala sobre os primeiros passos do Caminhos Amefricanos "A gente pretende mobilizar no seu primeiro eixo, os professores, estudantes de licenciatura. Vamos fazer essa articulação junto com a Colômbia em um memorando de entendimento, um acordo com operação para um intercâmbio de professores quilombolas, aqui no Brasil.

De acordo com a assessora especial de Assuntos Estratégicos do MIR, o programa tem o objetivo de fortalecer a Lei 10.639 de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currĂ­culo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temĂĄtica História e Cultura Afro-Brasileira, como forma de ressaltar a importância da cultura negra na formação da sociedade brasileira, desde a diĂĄspora negra, com o deslocamento forçado de africanos ao Brasil.

Por isso, Marcelle Decothé revelou que este programa de intercâmbio Sul-Sul vai cruzar o Atlântico. "Nosso próximo passo é promover esse intercâmbio em outros paĂ­ses da África: em Moçambique, Cabo Verde e na África do Sul, com outras universidades do Brasil".

Edição: Valéria Aguiar

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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