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Brasil fornecerĂĄ à Argentina tecnologia da vacina contra febre amarela

Pela primeira vez, Fiocruz vai transferir tecnologia para um parceiro

Por Vinícius Lisboa - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro em 17/11/2023 às 17:21:38
© Fernando Frazão/Agência Brasil

© Fernando Frazão/Agência Brasil

O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) vai compartilhar os métodos de produção da vacina contra a febre amarela com laboratórios públicos argentinos. O acordo de transferĂȘncia de tecnologia foi firmado nesta sexta-feira (17), por meio de termo de compromisso entre o instituto brasileiro e a Administração Nacional de Laboratórios e Institutos de Saúde Dr. Carlos MalbrĂĄn (ANLIS). Esta serĂĄ a primeira vez que a Fiocruz vai transferir sua tecnologia para um parceiro.

Bio-Manguinhos é um dos quatro produtores mundiais da vacina febre amarela pré-qualificados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e tem um importante papel no fornecimento desses imunizantes para países da América Latina, Caribe e África, por meio das agĂȘncias das Nações Unidas. Desde 2002, o laboratório brasileiro jĂĄ exportou para a Argentina mais de 7 milhões de doses dessa vacina.

Para a assinatura do termo, estiveram presentes no Itamaraty, em Brasília, as ministras da Saúde do Brasil, Nísia Trindade Lima, e da Argentina, Carla Vizzotti, além do presidente da Fiocruz, Mario Moreira, do diretor de Bio-Manguinhos, Maurício Zuma, e do diretor da ANLIS, Pascual Fidelio. Para MĂĄrio Moreira, o acordo foi histórico.

"É a primeira vez que assinamos acordo para transferĂȘncia de tecnologia da Fiocruz para um parceiro. É a Fiocruz transferindo conhecimento e tecnologia para a produção da vacina de febre amarela para um país irmão e uma instituição centenĂĄria como a nossa. Trata-se de uma cooperação Sul-Sul absolutamente estruturante. E acredito que podemos ir além no futuro. Mais do que transferir tecnologias, a Fiocruz busca fomentar o desenvolvimento de uma rede de produção regional de vacinas na América Latina em parcerias com os institutos da região" destaca o presidente da Fiocruz.

Doença endĂȘmica

Assim como no Brasil, a febre amarela é uma doença endĂȘmica na Argentina, e a vacinação em ĂĄreas de risco foi introduzida no calendĂĄrio de rotina do país em 2002. Desde então, Bio-Manguinhos fornece o imunizante ao país.

"É com alegria que temos colaborado com o programa de imunizações argentino, ao longo destes anos, por meio do fornecimento da vacina febre amarela. Hoje, temos orgulho de poder fazer ainda mais, contribuindo desta vez para que esse país vizinho possa começar sua jornada rumo a sua autonomia em relação a esse imunizante", celebra Mauricio Zuma.

Apesar do compromisso jĂĄ firmado, ainda serĂĄ necessĂĄria a assinatura de um contrato de transferĂȘncia de tecnologia entre as instituições para o detalhamento de todas as etapas do processo, bem como do cronograma a ser cumprido.

Laboratório centenĂĄrio

Antes chamada de Oficina SanitĂĄria Argentina, a ANLIS MalbrĂĄn foi criada em 1893 e é uma instituição de referĂȘncia em pesquisa, produção, diagnóstico e vigilância. Ela é ligada ao Ministério da Saúde da Argentina e responsĂĄvel pela coordenação de toda a rede de laboratórios públicos do país vizinho.

"Para o nosso país, é um avanço muito importante poder receber a transferĂȘncia de tecnologia para produzir a vacina contra a febre amarela, que vai ocorrer no Instituto Nacional de Enfermidades Virais Humanas Dr, Julio Maiztegui, um dos 14 centros e institutos que compõem a ANLIS MalbrĂĄn. É um passo inicial para outras transferĂȘncias que poderão ocorrer no futuro, tanto no campo das vacinas, como para kits diagnósticos. Em diversos contatos que tivemos com a Fiocruz, essa é a primeira vez que avançamos com as condições para uma transferĂȘncia desse porte", comemora Fidelio.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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