PREFEITURA SANTANA

TCU aprova contas do governo federal de 2021 com ressalvas

Relator endossou conclusões da equipe tĂ©cnica do tribunal

Por Redação em 29/06/2022 às 20:32:15

O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou, com ressalvas, as contas do governo federal relativas ao ano de 2021. Unânime, a anuĂȘncia dos ministros da corte ocorreu hoje (29), após o relator da anĂĄlise dos gastos pĂșblicos federais, ministro Aroldo Cedraz, endossar as conclusões de técnicos do tribunal.

Ao apresentar seu voto, Cedraz sustentou que, apesar dos técnicos da Secretaria de Macroavaliação Governamental (Semag/TCU) terem apontado algumas distorções e inconsistĂȘncias na execução do orçamento federal do ano passado, não identificaram motivos para reprovar as contas prestadas pelo presidente da RepĂșblica, Jair Bolsonaro.

O relator, ministro Aroldo Cedraz, durante sessão do Tribunal de Contas da União para apreciar o parecer prévio sobre as contas do governo federal de 2021.
Relator, ministro Aroldo Cedraz, durante sessão do Tribunal de Contas da União para apreciar o parecer prévio sobre as contas do governo federal de 2021. - Antônio Cruz/AgĂȘncia Brasil

"Destaco que as desconformidades e ocorrĂȘncias anotadas no relatório serão objeto das devidas recomendações e da emissão de alertas com vistas às correções e ajustes necessĂĄrios", disse Cedraz, após afirmar que, no geral, as demonstrações contĂĄbeis apresentadas à corte indicam "a adequada execução orçamentĂĄria ao longo de 2021, pois as "ocorrĂȘncias não apresentam materialidade e gravidade [suficiente] para embasar opinião de que as contas não estão em condições de serem aprovadas, ainda que com ressalvas".

Entre as impropriedades apontadas pelos técnicos e por Cedraz estão o desvio de finalidades na aplicação de recursos da Seguridade Social; a aplicação de recursos abaixo do previsto em projetos de irrigação no Centro-Oeste e a concessão e ampliação da renĂșncia de receitas sem observar as disposições legais, entre outras.

"Merecem ser acompanhadas as trĂȘs irregularidades apontadas no relatório e na minuta de parecer prévio e que, embora não tenham magnitude suficiente para levar à rejeição das contas, demandam atenção do Poder Executivo e do Tribunal de Contas da União", disse o ministro Jorge Oliveira.

"A reiterada utilização de recursos vinculados à Seguridade Social para o pagamento de despesas de manutenção e desenvolvimento do Ensino, no montante de R$ 12,2 bilhões é apontamento relevante que surpreende tanto pela materialidade dos valores envolvidos, quanto pela sinalização de inobservância de regras fundamentais da elaboração orçamentĂĄria – ainda que as despesas com a saĂșde dos servidores tĂȘm sido consideradas como legitimamente contabilizadas enquanto Seguridade Social. Como relator das próximas contas de governo, pretendo avaliar com maiores detalhes este aspecto", acrescentou Oliveira.

Orçamento secreto

Outro ponto destacado pelos ministros foi a questão das emendas do relator, feitas pelo deputado federal ou senador escolhido para produzir o parecer final sobre o Orçamento anual. Conhecidas pelo código técnico RP9, estas emendas foram apelidadas de "Orçamento Secreto" por quem sustenta que faltam critérios claros e transparĂȘncia na discriminação da origem e no emprego destes recursos.

"As emendas indicadas como RP9 são, por certo, atĂ­picas e incluem novas programações no projeto de Lei OrçamentĂĄria Anual [LOA] sem que houvesse correlação de erros e omissões", frisou o ministro Benjamin. Zymler. "A despeito da magnitude das emendas do relator - [da ordem] de R$ 18,5 bilhões na LOA 2021, dos quais foram empenhados R$ 16,7 bilhões e pagos R$ 6,3 bilhões, o que supera o valor das emendas individuais e de bancadas estaduais – o fato é que, como a questão foi judicializada, não hĂĄ medida que possa ser adotada por esta corte de contas sobre o tema."

Entenda

As Contas do Presidente da RepĂșblica são uma prestação de contas que traz informações importantes sobre os gastos do governo em ĂĄreas como saĂșde, educação e infraestrutura. Segundo o TCU, a anĂĄlise engloba dois documentos: o Balanço Geral da União (BGU) e o Relatório sobre Execução dos Orçamentos da União.

Como a Constituição Federal estabelece que compete ao presidente da RepĂșblica, anualmente, prestar contas de sua gestão, tanto as menções à anĂĄlise das contas de governo federal, como das contas presidenciais, estão corretas.

O TCU não julga, mas sim examina detalhadamente as informações compiladas pelo Ministério da Economia e pela Controladoria-Geral da União (CGU). Os ministros da corte de contas podem aprovar, aprovar com ressalvas ou rejeitar as contas anuais do governo federal. Se as aprovam com ressalvas, como ocorreu hoje, podem fazer recomendações e alertas quanto às irregularidades, inconsistĂȘncias e/ou insuficiĂȘncia de informações. A rejeição das contas pode ocorrer caso sejam encontradas irregularidades graves o suficiente para afetar a gestão dos recursos pĂșblicos.

A decisão dos ministros é consolidada em um parecer prévio que é então encaminhado ao Congresso Nacional, ao qual compete o julgamento final quanto à regularidade das contas do governo federal.

Edição: Aline Leal

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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