PREFEITURA SANTANA

Equipe de transição propõe excluir R$ 175 bilhões do teto de gastos

Medida pretende viabilizar Bolsa FamĂ­lia em R$ 600

Por Redação em 17/11/2022 às 10:06:00

A equipe de transição do novo governo apresentou nesta quarta-feira (16), ao Congresso Nacional, a proposta de excluir R$ 175 bilhões da regra do teto de gastos para o orçamento do ano que vem, como forma de viabilizar a manutenção do valor mĂ­nimo de R$ 600 para o programa Bolsa FamĂ­lia, atual AuxĂ­lio Brasil, além de instituir um valor adicional de R$ 150 por criança menor de 6 anos de cada beneficiĂĄrio.

A medida é um dos compromissos de campanha do presidente eleito Luiz InĂĄcio Lula da Silva (PT). A minuta da proposta de emenda constitucional (PEC) foi entregue pessoalmente pelo vice-presidente eleito e coordenador-geral da equipe de transição, Geraldo Alckmin.

Pela proposta, o valor excluĂ­do da regra que limita o crescimento das despesas pĂșblicas seria usado para financiar integralmente o Bolsa FamĂ­lia, com o programa ficando fora do teto em carĂĄter permanente. Com isso, outros R$ 105 bilhões seriam liberados do orçamento do ano que vem para serem usados na recomposição de recursos para programas como o FarmĂĄcia Popular e o aumento real do salĂĄrio mĂ­nimo, outras das promessas do novo governo durante as eleições.

"HĂĄ, por parte do governo eleito, e também do governo que deixarĂĄ o comando do Brasil no próximo dia 31 de dezembro, o desejo de proteger as famĂ­lias, proteger os pobres do Brasil com um auxĂ­lio de R$ 600 e um acréscimo de R$ 150 por criança para cada famĂ­lia", afirmou o senador Davi Alcolumbre (União-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal.

Segundo o senador Marcelo Castro (MDB-PI), que é relator do orçamento no Congresso Nacional, o que a equipe de transição apresentou foi uma proposta, que ainda precisarĂĄ ser negociada com lĂ­deres partidĂĄrios para ter viabilidade de aprovação.

"A equipe de transição nos trouxe uma proposta, uma sugestão de PEC. Mas eu quero que todos tenham a compreensão de que essa PEC serĂĄ proposta pelo Senado. Vamos pegar essas sugestões que a equipe de transição nos trouxe, vamos negociar internamente com as lideranças aqui do Senado, até chegarmos a um entendimento, uma concertação de qual seria o texto ideal. O ideal aqui é o possĂ­vel e aquilo que tem a maior probabilidade de ser aprovado. Então, só nesse momento nós começaremos a recolher as assinaturas", explicou. Por ser uma alteração constitucional, a PEC, quando for apresentada, precisa ter um mĂ­nimo de 27 assinaturas de senadores para começar a tramitar na Casa.

Castro informou que ele próprio vai apresentar a PEC formalmente no Senado e o objetivo é aprovar a medida até o fim de novembro, para que possa depois tramitar na Câmara dos Deputados. Ela precisa ser aprovada até o fim deste ano e exige um quórum qualificado de trĂȘs quintos tanto na Câmara quanto no Senado, com votação em dois turnos.

Outras mudanças

Além de excluir o programa Bolsa FamĂ­lia de forma permanente da regra de teto de gastos, a minuta trazida pela equipe de transição propõe usar receitas obtidas com excesso de arrecadação para investimentos pĂșblicos, limitado a cerca de R$ 22 bilhões. Pela regra vigente no teto de gastos, qualquer excesso de arrecadação deve ser obrigatoriamente usado para abatimento da dĂ­vida pĂșblica. InstituĂ­da em 2016, a emenda constitucional do teto de gastos limita o aumento do orçamento pĂșblico ao crescimento da inflação do ano anterior.

"Um dos itens da PEC é que nós poderĂ­amos aproveitar esse excesso de arrecadação, baseado em 6,5% de 2021, que daria um valor aproximado de R$ 22 bilhões, R$ 23 bilhões. Mesmo que a arrecadação fosse extraordinĂĄria de R$ 100 bilhões, R$ 200 bilhões, não poderia aplicar em investimento mais do que R$ 22 bilhões", detalhou Marcelo Castro.

O terceiro item da proposta da PEC é excluir da regra do teto de gastos recursos extras obtidos por meio de convĂȘnios e serviços prestados pelas universidades pĂșblicas, além de doação feita por fundos internacionais. Assim, essas instituições não teriam esses recursos abatidos pela regra do teto de gastos.

"A equipe de transição estĂĄ sugerindo que nós apresentemos a PEC excepcionalizando do teto de gastos essas receitas próprias que são das universidades, de fundos internacionais que possam fazer doações ao Brasil na ĂĄrea socioambiental. Acho que isso é um consenso que não tem sentido uma universidade prestar um serviço e não poder ser paga por isso", explicou o senador.

Edição: Denise Griesinger


Fonte: AgĂȘncia Brasil

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