PREFEITURA SANTANA

Presidente não vai mudar a autonomia do BC, diz Padilha

A autonomia do Banco Central entrou em vigor em 2021

Por Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil - Brasília em 19/01/2023 às 20:57:50
© Marcello Casal JrAgência Brasil

© Marcello Casal JrAgência Brasil

O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsĂĄvel pela articulação polĂ­tica do governo federal, minimizou as crĂ­ticas do presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva à autonomia do Banco Central (BC). Em uma série de postagens no Twitter, nesta quinta-feira (19), Padilha enfatizou que "não hĂĄ nenhuma prédisposição por parte do governo de fazer qualquer mudança na relação com o Banco Central".

"Como disse o presidente Lula, na sua experiĂȘncia de governo, deu plena autonomia ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. O presidente não vai mudar de postura agora, ainda mais com uma lei que estabelece regras nesse sentido", reforçou.

Ontem (18), em entrevista ao canal de notĂ­cias Globonews, Lula disse que a autonomia do BC prevista em lei é "uma bobagem". Ele também criticou a polĂ­tica de juros e controle da inflação.

"A minha divergĂȘncia é o seguinte, nesse paĂ­s se brigou muito para ter um Banco Central independente achando que ia melhorar o quĂȘ? Sabe, eu posso te dizer com a minha experiĂȘncia, é uma bobagem achar que um presidente do Banco Central independente vai fazer mais do que fez o Banco Central quando o presidente [da RepĂșblica] é quem indicava. Eu duvido que esse presidente do Banco Central [Roberto Campos Neto] seja mais independente do que foi o [Henrique] Meirelles. Duvido. Por que, com o banco independente, a inflação estĂĄ do jeito que estĂĄ? O juros estĂĄ do jeito que estĂĄ?", questionou.

Lula defendeu que a meta de inflação deveria ser superior à atual, que, segundo ele, acaba forçando um arrocho maior na economia. "Veja, vocĂȘ estabeleceu uma meta de inflação de 3,7%. Quando vocĂȘ faz isso, vocĂȘ é obrigado a arrochar mais a economia para poder atingir aqueles 3,7%. Por que precisava fazer 3,7%?. Por que não fazer 4,5, como nós fizemos? O que nós precisamos nesse instante é o seguinte, a economia brasileira precisa voltar a crescer, e nós precisamos fazer distribuição de renda, nós precisamos fazer mais polĂ­tica social".

A autonomia do Banco Central entrou em vigor em fevereiro de 2021, após ser aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pelo governo. A lei de independĂȘncia do Banco Central tem como principal mudança a adoção de mandatos de 4 anos para o presidente e diretores da autarquia federal. Esses mandatos ocorrerão em ciclos não coincidentes com a gestão do presidente da RepĂșblica.

Edição: Fernando Fraga

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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