Bolsonaro sanciona marco legal das startups; veja o que muda
Presidente fez dois vetos na proposta aprovada pela Câmara dos Deputados. Objetivo da nova lei Ă© estimular a criação de empresas de inovação e criar uma regulação para elas
Presidente fez dois vetos na proposta aprovada pela Câmara dos Deputados. Objetivo da nova lei é estimular a criação de empresas de inovação e criar uma regulação para elas. O presidente Jair Bolsonaro sancionou, com dois vetos, o projeto que institui o marco legal das startups. A sanção foi publicada no DiĂĄrio Oficial da União nesta quarta-feira (2).A nova lei cria um ambiente regulatório favorĂĄvel para as empresas de inovação, fixa regras de aporte de capitais por pessoas fĂsicas e jurĂdicas e permite a participação dessas empresas em licitações pĂșblicas (veja detalhes abaixo).A Câmara dos Deputados aprovou a proposta no dia 11 de maio. O texto jĂĄ havia sido aprovado pela Câmara, em dezembro do ano passado, mas voltou à Casa porque o Senado modificou o conteĂșdo do texto.Os vetos feitos pelo presidente não alteram o propósito da nova lei.Nova legislaçãoConfira alguns pontos do marco legal aprovado:A receita bruta anual de uma startup deve ser de até R$ 16 milhões e a inscrição no CNPJ deve ter no mĂĄximo 10 anos;As startups podem receber investimentos de pessoas fĂsicas ou jurĂdicas, que resultem ou não em participação no capital social da empresa, dependendo da modalidade escolhida pelas partes;O investidor anjo que realizar o aporte de dinheiro sem ingressar no capital social não serĂĄ considerado sócio, nem terĂĄ direito a gerĂȘncia ou voto na administração da empresa investida. Ele não responde por qualquer obrigação ou dĂvida da startup, mas é remunerado pelos aportes;As startups também podem receber recursos de empresas que possuem obrigações de investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação;A criação do "ambiente regulatório experimental", chamado de sandbox regulatório. Com ele, a empresa pode lançar novos produtos e serviços experimentais com menos burocracia.Startup leva 'cliente oculto' para serviços digitais e espera faturar R$ 1 milhãoLicitaçõesOutra solução definida pelo marco legal é a criação de uma modalidade de concorrĂȘncia entre startups para a administração pĂșblica. A legislação atual inviabiliza a contratação de soluções inovadoras desenvolvidas por startups, por conta do excesso de exigĂȘncias.O projeto também permite a contratação de mais de uma startup desde que previsto no edital. O julgamento das propostas apresentadas pelas empresas levarĂĄ em conta, conforme a proposta:potencial de resolução do problema pela solução proposta e, se for o caso, da provĂĄvel economia para a administração pĂșblica;grau de desenvolvimento da solução proposta;viabilidade e a maturidade do modelo de negócio da solução;viabilidade econômica da proposta, considerados os recursos financeiros disponĂveis para a celebração dos contratos;demonstração comparativa de custo e benefĂcio da proposta em relação às opções funcionalmente equivalentes.Após o resultado da licitação, a administração firmarĂĄ o chamado Contrato PĂșblico para Solução Inovadora. Esse contrato terĂĄ duração de um ano e poderĂĄ ser renovado por mais um ano.O valor mĂĄximo que a administração pĂșblica poderĂĄ pagar às startups é de R$ 1,6 milhão, por contrato.VetosO presidente vetou uma parte do texto aprovado pelo Congresso que criava uma renĂșncia fiscal. Ela permitiria ao investidor pessoa fĂsica compensar os prejuĂzos acumulados na fase de investimento com o lucro na venda de ações obtidas posteriormente. Dessa forma, a tributação sobre o ganho de capital incidiria sobre o lucro lĂquido e o investidor perdoaria a dĂvida da startup.Bolsonaro também vetou trecho que estabelecia que a Comissão de Valores MobiliĂĄrios (CVM) regulamentaria as condições facilitadas para o acesso de companhias de menor porte ao mercado de capitais.Startup desenvolve Tinder para a construção civil e jĂĄ fatura R$ 3 milhões.. Fonte: G1