PREFEITURA SANTANA

Mortes por covid-19 de pessoas vacinadas são raras, diz especialista

A morte do ator TarcĂ­sio Meira na Ășltima quinta-feira (12), por complicações da covid-19, reacendeu o debate sobre a eficĂĄcia da vacinação para controlar a pandemia

Por Redação em 15/08/2021 às 14:47:33

A morte do ator TarcĂ­sio Meira na Ășltima quinta-feira (12), por complicações da covid-19, reacendeu o debate sobre a eficĂĄcia da vacinação para controlar a pandemia. Aos 85 anos, o ator estava completamente imunizado desde abril, quando tomou a segunda dose da CoronaVac. O episódio gerou nova onda de desinformação nas redes sociais, com falsas narrativas de que "não adianta tomar vacina". A AgĂȘncia Brasil conversou com especialistas que foram taxativas na defesa da imunização em massa como a principal estratégia para que o paĂ­s saia da crise sanitĂĄria.

"Nenhuma vacina disponĂ­vel no Brasil, a da Pfizer, a Janssen, AstraZeneca ou a CoronaVac asseguram 100% de proteção. As pessoas continuam precisando de cuidados, como uso de mĂĄscara e distanciamento social. Mas a efetividade das vacinas é indiscutĂ­vel.,Basta ver que nos paĂ­ses com vacinação avançada, como Israel e Inglaterra, mesmo com aumento de casos por causa da variante Delta, o nĂșmero de internações e mortes são proporcionalmente muito menores, resultado direto da imunização", diz a médica Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Um estudo recente da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) avaliou o efeito das vacinas contra o novo coronavĂ­rus na população brasileira e concluiu que 91,49% das pessoas que morreram pela infecção, entre maio e julho deste ano, não tinham tomado vacina ou não estavam totalmente vacinadas com as duas doses ou dose Ășnica, no caso do imunizante da Janssen.

A mesma pesquisa demonstrou que 84,9% das pessoas imunizadas que morreram no paĂ­s tinham algum fator de risco para a covid-19 e 87,6% tinham 70 anos ou mais. A incidĂȘncia de agravamento de quadros em pessoas idosas, mesmo que vacinadas, tem uma explicação biológica. A imunossenescĂȘncia é o processo de envelhecimento e desregulação da função imunológica no organismos de idosos, o que contribui para o aumento da suscetibilidade a infecções por vĂ­rus e bactérias, além do desenvolvimento de doenças como o câncer e a redução da resposta vacinal imunológica.

"Nos idosos a partir dos 60 anos, hĂĄ o que a gente chama de imunossenescĂȘncia. O nosso organismo, fisiologicamente, perde a capacidade, ante a exposição de um antĂ­geno, seja a doença ou a vacina, de gerar resposta imunológica adequada", explica a médica Lorena de Castro Diniz, coordenadora do Departamento CientĂ­fico de Imunização da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai). "Além da imunossenescĂȘncia, é muito raro um idoso acima dos 60 anos não ter uma comorbidade, como cardiopatia ou diabetes. Então, com esses dois aspectos, aumentam as chances de evoluir gravemente frente ao vĂ­rus da covid", acrescenta.

Mesmo com maior suscetibilidade à eficĂĄcia das vacinas, a imunização de idosos é crucial para protegĂȘ-los. Lorena Diniz faz uma analogia com a guerra para explicar como as vacinas colaboram nessa estratégia. "Se a gente estiver numa guerra, com homens treinados, a chance de a gente ganhar é muito maior do que chamar pessoas da reserva que não foram treinadas para vencer o combate".

Para ganhar essa guerra, no entanto, a cobertura vacinal na maior parte da população é fundamental. "A vacina em si é somente um produto. A estratégia mesmo é a vacinação. Vacina sem vacinação não adianta nada. Não adianta apenas vocĂȘ se vacinar, as outras pessoas também precisam disso para gerar proteção coletiva", ressalta Isabella Ballalai.

A médica lembra, por exemplo, o caso do vĂ­rus do sarampo. A doença que foi considerada erradicada no Brasil em 2016, com direito a certificação pela Organização Mundial da SaĂșde (OMS), voltou a atingir a população em 2019, revertendo esse status. O motivo foi a vacinação abaixo do esperado.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

Comunicar erro

ComentĂĄrios

DETRAN AL