Estudo da Fiocruz analisa inflamação na covid-19 grave em diabĂ©ticos
No estudo, as taxas de mortalidade foram semelhantes entre pacientes com covid-19 com ou sem diabetes, mas a gravidade foi maior nos indivĂduos com a doença, assim como a redução da saturação de oxigĂȘnio e o aumento significativo da duração da covid-19
Cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Bahia verificaram que a diabetes induz uma inflamação nas células circulantes do sistema imunológico com aumento da expressão dos genes ACE2 e ALOX5, tornando-as mais propensas à invasão do novo coronavĂrus, o Sars-CoV-2.
"Os pesquisadores também observaram o aumento do leucotrieno B4 (LTB4) nas células sanguĂneas desses pacientes, um mediador lipĂdico associado a alterações como inflamação e comprometimento da cicatrização na diabetes, indicando que o LTB4 pode ser um mediador que aumenta o risco de covid-19 grave em indivĂduos com a comorbidade e um dos causadores da resposta inflamatória sistĂȘmica mais pronunciada. Estes pacientes requerem cuidados intensivos com mais frequĂȘncia devido à lesão pulmonar", diz a Fiocruz.Os resultados da pesquisa foram publicados na Diabetes, uma das revistas cientĂficas mais importantes do mundo sobre o tema.No estudo, as taxas de mortalidade foram semelhantes entre pacientes com covid-19 com ou sem diabetes, mas a gravidade foi maior nos indivĂduos com a doença, assim como a redução da saturação de oxigĂȘnio e o aumento significativo da duração da covid-19.Para avaliar o papel da inflamação crônica de baixo grau no agravamento da covid-19 em pessoas com diabetes, os pesquisadores analisaram dados clĂnicos e amostras de sangue de pacientes com e sem diabetes internados com o Sars-CoV-2. Segundo a instituição de pesquisa, embora se saiba que a diabetes é um fator de risco para covid-19, ainda se desconhecem os mecanismos envolvidos na evolução da doença em indivĂduos com esta comorbidade.Os cientistas da Fiocruz ressaltaram que, levando em conta que cerca de 463 milhões no mundo vivem com a diabetes e que a covid-19 é altamente transmissĂvel, é urgente a necessidade de identificação de mecanismos que previnam a infecção nesse grupo de pessoas.Fonte: AgĂȘncia Brasil