PREFEITURA SANTANA

Revisão da Lei de Improbidade deve ter votação concluĂ­da amanhã

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (5) o projeto de lei que flexibiliza a Lei de Improbidade Administrativa

Por Redação em 05/10/2021 às 22:32:20

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (5) o projeto de lei que flexibiliza a Lei de Improbidade Administrativa. A proposta exige a comprovação de intenção (dolo) para a condenação de agentes pĂșblicos. Ainda faltam ser analisados destaques, que podem modificar o texto. A previsão é que a anĂĄlise do texto seja concluĂ­da na quarta-feira (6).

A legislação dispõe sobre punições a agentes pĂșblicos, como prefeitos e governadores, em prĂĄticas de enriquecimento ilĂ­cito e outros crimes contra a administração pĂșblica. Com as mudanças, a Lei 8.429 de 1992 deixa de prever punição para atos culposos, atos praticados sem a intenção de cometer o ilĂ­cito.

Atualmente, a legislação categoriza improbidade administrativa "qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que cause lesão ao erĂĄrio, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres".

O relator do texto, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), rebateu as crĂ­ticas de que o texto reduza o combate à corrupção. Segundo o parlamentar, a medida farĂĄ a distinção entre improbidade e irregularidade.

"Eu sei que muitas vezes se tenta travar um jogo polĂ­tico, afirmando que esse projeto tenta reduzir o combate à corrupção, mas o combate à corrupção, a malversação dos fundos pĂșblicos, o dano ao patrimônio pĂșblico, o enriquecimento ilĂ­cito e comportamentos claramente Ă­mprobos continuarão sendo punidos por essa lei de improbidade", argumentou. "E as irregularidades, que muitas vezes ocorrem nas administrações por erro, por omissões, de menor importância, continuarão sendo punidas, através de ações civis pĂșblicas e de ações populares que da mesma forma impõe sanções ao gestor pĂșblico", acrescentou.

Nepotismo

A Ășnica medida aprovada na sessão desta terça foi a rejeição da emenda incluĂ­da pelos senadores, na qual o nepotismo foi caracterizado como exceção à regra que exige dolo com finalidade ilĂ­cita para caracterizar nomeações como improbidade.

"A emenda que trata do nepotismo é inoportuna, na medida em que não contribui para a clareza, precisão e ordem lógica na interpretação do texto. Julgamos que o texto original aprovado nesta Casa, mais direto e claro, é o que melhor resguarda o interesse pĂșblico, atenua a possibilidade de interpretações ambĂ­guas da norma", diz Zarattini. "O nepotismo, no artigo 11 do projeto, jĂĄ é caracterizado como improbidade administrativa de forma muito lĂ­mpida", argumentou.

Impasse

A sessão foi encerrada após impasse entre os deputados em relação ao texto aprovado no Senado, que aumenta o prazo de inquérito para um ano, prorrogĂĄvel por mais uma vez, desde que fundamentado. Também hĂĄ o aumento do prazo de transição para a manifestação do interesse do Ministério PĂșblico de 120 dias para um ano. Apesar de ter sido costurado um acordo entre os deputados e senadores, havia parlamentares contrĂĄrios à proposta.

Para o deputado Paulo Ganime (Novo-RJ), a medida "vai no sentido contrĂĄrio ao combate à corrupção e à mĂĄ administração pĂșblica".

"Se for de fato interesse desta Casa aperfeiçoar a lei da improbidade, que outro projeto venha à tona, e não esse que, em nosso entendimento, beneficia aquele que quer ser o mau gestor ou que, por falta de cuidado com o bem pĂșblico e com a gestão pĂșblica, é um mau gestor. Esse, às vezes, gera prejuĂ­zos iguais ou maiores até do que os prejuĂ­zos gerados pelo quem dolo, intenção", argumentou.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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