PREFEITURA SANTANA

Facebook remove live em que presidente associa vacina de covid à aids

Transmissão foi ao ar na Ășltima quinta-feira

Por Redação em 25/10/2021 às 20:39:29

O Facebook tirou do ar a live do presidente Jair Bolsonaro em que ele compartilha a informação sobre uma suposta relação entre as vacinas contra covid-19 e a aids (síndrome da imunodeficiĂȘncia adquirida). A transmissão foi ao ar, ao vivo, na última quinta-feira (21) e estava disponível para reprodução, como acontece com os conteúdos semelhantes. A remoção do vídeo se estende à conta do presidente no Instagram, rede social que também pertence ao Facebook.

De acordo com o presidente, a informação se refere a pessoas totalmente vacinadas, ou seja, que tomaram a dose única ou segunda dose da vacina hĂĄ mais de 15 dias. "Só vou dar a notícia, não vou comentar. JĂĄ falei sobre isso no passado, apanhei muito. Vamos lĂĄ: 'Relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados […] estão desenvolvendo síndrome da imunodeficiĂȘncia adquirida muito mais rĂĄpido do que o previsto'. Recomendo, leiam a matéria, não vou ler aqui porque posso ter problema com a minha live, não quero que caia a live aqui, quero dar informações", afirmou Bolsonaro durante a transmissão do dia 21, sem citar a fonte da matéria.

Em nota divulgada no sĂĄbado (23), o ComitĂȘ de HIV/Aids da Sociedade Brasileira de Infectologia esclareceu que "não se conhece nenhuma relação" entre qualquer vacina contra a covid-19 e o desenvolvimento de aids. "Repudiamos toda e qualquer notícia falsa que circule e faça menção a esta associação inexistente", diz a nota.

O comitĂȘ recomenda ainda que pessoas que vivem com HIV (vírus da imunodeficiĂȘncia humana)/aids devem ser completamente vacinadas contra covid-19, inclusive com a liberação da dose de reforço (terceira dose) para todos que receberam a segunda dose hĂĄ mais de 28 dias. Pessoas imunossuprimidas estão recebendo o reforço contra covid-19 nesse intervalo de tempo, conforme prevĂȘ o Ministério da Saúde, assim como os idosos e profissionais de saúde que tomaram a vacina hĂĄ mais de seis meses.

Hoje (25), em entrevista a uma rĂĄdio, o presidente disse que leu sobre a pesquisa em reportagem da revista Exame publicada na semana passada. Bolsonaro também compartilhou nas redes sociais uma publicação de seu filho Carlos Bolsonaro em que o vereador critica a repercussão. "A que nível chega o $istema: o "meio de comunicação do bem" chamado @exame divulga a informação e o atacado é quem leu sua matéria! O alvo serĂĄ a revista ou o leitor? Precisa responder? Tem método!", diz a publicação.

A matéria em questão, entretanto, foi publicada pela Exame em outubro de 2020, quando as vacinas ainda estavam em desenvolvimento. A notícia foi atualizada nesta segunda-feira e destaca que os cientistas se basearam em anĂĄlises feitas em 2007 com um adenovírus específico usado na pesquisa de vacinas contra o HIV (vírus da imunodeficiĂȘncia humana).

YouTube

No final da tarde de hoje, o YouTube comunicou que também resolveu retirar o vídeo do presidente Jair Bolsonaro do ar. Segundo a empresa, o canal do presidente foi suspenso por uma semana. Em comunicado, o YouTube afirma que o conteúdo do vídeo "viola diretrizes que estão em conformidade com autoridades de saúde locais e globais."

A AgĂȘncia Brasil entrou em contato com o Facebook e com a PresidĂȘncia da República e aguarda retorno.

*Matéria atualizada às 20h para incluir a informação sobre a retirada do vídeo do YouTube.

Edição: Juliana Andrade

Fonte: AgĂȘncia Brasil

Comunicar erro

ComentĂĄrios

DETRAN AL