PREFEITURA SANTANA

Relator da PEC dos Precatórios apresenta parecer à CCJ

Com a leitura do relatório feita, o presidente da CCJ, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), concedeu vista coletiva ao texto. Os precatórios são dĂ­vidas da União reconhecidas pela justiça

Por Redação em 24/11/2021 às 23:46:51

O relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o lĂ­der do governo na Casa, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), apresentou nesta quarta-feira (24) seu parecer à proposta no colegiado. Com a leitura do relatório feita, o presidente da CCJ, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), concedeu vista coletiva ao texto. Os precatórios são dĂ­vidas da União reconhecidas pela justiça.

A expectativa do governo é que o texto seja debatido e votado na próxima terça-feira (30) ou quarta-feira (1Âș). A etapa seguinte é a votação em dois turnos pelos 81 senadores no plenĂĄrio da Casa. Se aprovada com alterações, a PEC precisa voltar à anĂĄlise dos deputados.

Para o senador Omar Aziz (PSD-AM), não hĂĄ tempo hĂĄbil para votar a PEC na comissão na próxima terça-feira, como quer o governo. "Concordamos com algumas questões da PEC, mas não concordamos com outras. Não adianta querer açodar as coisas porque o governo quer. Nós queremos ajudar quem precisa. Houve tempo suficiente para ajudar essas pessoas. Se chegamos onde chegamos, não é responsabilidade do Senado Federal", afirmou.

Alterações

Entre as sete principais mudanças feitas por Bezerra no texto jĂĄ aprovado pelos deputados, estĂĄ a transformação do AuxĂ­lio Brasil, que substitui o Bolsa FamĂ­lia, em programa um permanente, no valor de R$ 400. Pelo relatório de Bezerra, até dezembro do próximo ano, quando terminaria o prazo do atual AuxĂ­lio Brasil, devem ser estabelecidas as regras bĂĄsicas para tornar o programa permanente com cerca de 17 milhões de beneficiados.

Segundo o Ministério da Economia, a alta da inflação no segundo semestre deste ano aumentou em R$ 14,5 bilhões os recursos a serem liberados em 2022 pela PEC dos Precatórios. O espaço fiscal criado passou de R$ 91,6 bilhões para R$ 106,1 bilhões. No entanto, desse total, o governo só terĂĄ R$ 1,1 bilhão para serem livremente gastos.

O presidente Jair Bolsonaro disse que utilizarĂĄ o dinheiro não só para viabilizar as parcelas do novo auxĂ­lio para famĂ­lias em extrema pobreza, mas também para aumentar o salĂĄrio de servidores pĂșblicos no ano que vem.

Fundef

Outra mudança no texto prevĂȘ que os valores dos precatórios do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) a serem recebidos por estados e municĂ­pios sejam aplicados "na manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental pĂșblico e na valorização do seu magistério, conforme destinação originĂĄria do fundo". Além disso, prevĂȘ que no mĂ­nimo 60% sejam repassados aos professores, inclusive aposentados e pensionistas.

Também pela proposta, o Congresso deverĂĄ fazer um "exame analĂ­tico e pericial dos atos, fatos e procedimentos geradores dos precatórios e sentenças judiciais contrĂĄrias à Fazenda PĂșblica da União". A ideia é que os precatórios do Fundef sejam pagos, todos os anos, em trĂȘs parcelas, sendo 40% do valor quitado até 30 de abril, 30% até 31 de agosto e 30% até 31 de dezembro; e "a inclusão, no orçamento das entidades de direito pĂșblico, de verba necessĂĄria ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciĂĄrios apresentados até 2 de abril, fazendo-se o pagamento até o final do exercĂ­cio seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente".

Espaço fiscal

No texto apresentado hoje, Bezerra também vincula o espaço fiscal a ser aberto pela PEC em 2022 à ampliação de programas sociais de combate à pobreza e à extrema pobreza; ao atendimento dos limites individualizados e sublimites que decorram da aplicação dos recursos; e à saĂșde, previdĂȘncia e assistĂȘncia social.

Travas na PEC

No Senado, uma parte dos parlamentares defendem a criação de travas ao espaço fiscal que serĂĄ aberto com a prorrogação dos precatórios, limitado ao teto de gastos.

A ideia é que o governo destine toda a verba dos precatórios para despesas que são atreladas à correção do salĂĄrio mĂ­nimo: abono salarial, seguro-desemprego e a PrevidĂȘncia Social. Os senadores também querem separar os recursos para gastos com saĂșde e educação e incluir o programa de desoneração da folha salarial.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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