PREFEITURA SANTANA

Senado aprova em dois turnos PEC dos Precatórios

O governo tinha urgĂȘncia na aprovação da proposta para tirar do papel ainda este ano o AuxĂ­lio Brasil

Por Redação em 02/12/2021 às 16:35:19

Com uma votação folgada, o Senado aprovou, no inĂ­cio da tarde desta quinta-feira (2), em dois turnos, a chamada PEC dos Precatórios. No primeiro turno, o placar foi de 64 votos favorĂĄveis e 13 contrĂĄrios, jĂĄ em segundo turno foram 61 votos a favor e 10 contra. Para viabilizar a votação do texto e garantir o mĂ­nimo de 49 votos necessĂĄrios em cada turno no plenĂĄrio do Senado, o lĂ­der do governo na Casa e relator da proposta, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), fez de Ășltima hora mudanças significativas na Ășltima versão do texto que havia sido aprovado na Ășltima terça-feira (30) pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

O governo tinha urgĂȘncia na aprovação da proposta para tirar do papel ainda este ano o AuxĂ­lio Brasil. O programa que vai substituir o Bolsa FamĂ­lia terĂĄ pagamento de parcelas com valor médio de R$ 400. JĂĄ ficou definido pela matéria que o teto nesse valor do benefĂ­cio terĂĄ carĂĄter permanente e não temporĂĄrio, apenas em 2022, como a equipe econômica propôs inicialmente. A expectativa é que o programa atenda 17 milhões de famĂ­lias.

Na prĂĄtica, a PEC adia o pagamento de precatórios – dĂ­vidas reconhecidas pela Justiça em ações que não cabem mais recurso - pela União. Em 2022, a dĂ­vida prevista é de R$ 89,1 bilhões. Com a PEC o governo passa a ter uma folga financeira para financiar o AuxĂ­lio Brasil. Pela proposta o valor mĂĄximo a ser pago em precatórios no ano que vem é de aproximadamente R$ 39,9 bilhões. Para aumentar o fôlego fiscal, o texto também altera o cĂĄlculo do Teto de Gastos - limite do aumento dos gastos federais ao Orçamento do ano anterior, corrigido pela inflação.

Mudanças

No rol de principais modificações feitas pelo relator estĂĄ a redução do prazo de vigĂȘncia do limite no Orçamento destinado ao pagamento dos precatórios. Pelo texto aprovado o teto de gastos, que restringe o crescimento das despesas à inflação, terĂĄ que ser rediscutido novamente em 2026, a medida contraria o que desejava o ministro da Economia, Paulo Guedes.

"Em vez de vigorar por todo o tempo do Novo Regime Fiscal, ou seja, até 2036, o sub limite para precatórios irĂĄ até 2026, dando tempo suficiente para o Poder Executivo melhor acompanhar o processo de apuração e formação dos precatórios e seus riscos fiscais, mas sem criar um passivo de ainda mais difĂ­cil execução orçamentĂĄria", explicou o relator sobre a sexta versão do texto.

Outra alteração feita por Bezerra exclui da PEC medidas relacionadas à securitização de dĂ­vidas tributĂĄrias. "A medida, apesar de meritória, não encontrou consenso no Senado Federal, não havendo prejuĂ­zo deixar essa discussão para outro momento", avaliou. Ainda segundo a proposta, o espaço fiscal aberto com a restrição do pagamento dos precatórios e a mudança no cĂĄlculo do teto de gastos do governo – um total de R$ 106 bilhões - serĂĄ inteiramente destinado para fins sociais, como programas de combate à pobreza e extrema pobreza, saĂșde, assistĂȘncia social e previdĂȘncia.

Pressionado por diversos parlamentares o governo jĂĄ havia retirado do teto de gastos os precatórios do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef). Os recursos devidos a estados e municĂ­pios serão pagos em trĂȘs parcelas anuais. O pagamento serĂĄ feito conforme uma fila de prioridade organizada por tipo de precatório. As Requisições de Pequeno Valor (RVPs) de até R$ 66 mil. Na sequĂȘncia, virão as dĂ­vidas de natureza alimentĂ­cia idosos, pessoas com deficiĂȘncia e doenças graves.

Rito

Como sofreu alterações, a PEC dos Precatórios terĂĄ que voltar para a anĂĄlise da Câmara dos Deputados. A proposta só pode ser promulgada pelo Congresso Nacional e passa a valer quando deputados e senadores chegarem a um consenso e aprovarem o mesmo texto.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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