PREFEITURA SANTANA

Integrantes da CPI entregam relatório final à PGR e ao STF

PGR Ă© responsĂĄvel por dar seguimento aos fatos apurados pela comissão

Por Redação em 27/10/2021 às 20:06:19

Um dia depois do encerramento oficial dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado, integrantes do colegiado se reuniram com o procurador-geral da RepĂșblica, Augusto Aras. Ele recebeu uma cópia do relatório final do senador Renan Calheiros (MDB-AL), aprovado pela comissão ontem (26).

Com 80 pedidos de indiciamento, entre eles o do presidente da RepĂșblica, Jair Bolsonaro, por nove crimes, senadores independentes e de oposição que foram maioria na CPI defendem que o PGR "cumpra seu papel" e dĂȘ seguimento aos fatos apurados pela comissão. Por ser um tribunal polĂ­tico, uma comissão parlamentar de inquérito não pode, por si só, punir qualquer cidadão. Apesar de poder recomendar indiciamentos, o aprofundamento das investigações e o eventual oferecimento de denĂșncia dependem de outras instituições. No caso do presidente, ministros de Estado, deputados e senadores, isso cabe ao procurador-geral da RepĂșblica, chefe do Ministério PĂșblico Federal (MPF).

No encontro, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), fez um breve relato dos trabalhos da comissão, lembrou o nĂșmero de mortos em decorrĂȘncia da pandemia de covid-19 e destacou a resistĂȘncia do governo federal na compra de vacinas como um dos aspectos mais graves apurados pelo colegiado. "Foram mais de 600 mil mortos. Nós não queremos vingança. Queremos justiça. Que as pessoas que contribuĂ­ram para isso possam ser responsabilizadas pela justiça dos homens e confiamos no trabalho da Procuradoria-Geral da RepĂșblica e de todo o Ministério PĂșblico Federal", disse Aziz.

Aras, por sua vez, destacou aos senadores as providĂȘncias tomadas pelo MPF desde o inĂ­cio da pandemia. Entre as ações, ele lembrou a instauração do inquérito epidemiológico, cujo objetivo é analisar causas e prevenir novos episódios de problemas sanitĂĄrios. O procurador-geral também ressaltou a atuação feita em momentos mais crĂ­ticos da pandemia, seja para assegurar o fornecimento de oxigĂȘnio, de kits para intubação de pacientes e a busca por responsabilização no caso de desvios de recursos destinados ao enfrentamento do novo coronavĂ­rus.

Augusto Aras lembrou ainda o modelo de atuação do Ministério PĂșblico, que prevĂȘ o trabalho descentralizado. Segundo ele, é por isso que casos como o da Prevent Senior e da Precisa Medicamentos, que jĂĄ são objeto de apurações do Ministério PĂșblico, correm de forma independente na primeira instância, respectivamente, em São Paulo e em BrasĂ­lia. HĂĄ ainda ações penais jĂĄ apresentadas no STJ e em outros tribunais, todas com o acompanhamento de integrantes do Ministério PĂșblico.

Para dar agilidade à anĂĄlise das conclusões da CPI, ficou acertado no encontro que caberĂĄ a Augusto Aras o encaminhamento da anĂĄlise de quem tem prerrogativa de foro. No caso de indiciados a quem cabe anĂĄlise por outras instâncias do Ministério PĂșblico, como a Procuradoria-Geral da RepĂșblica do Distrito Federal, do Amazonas, do Rio de Janeiro e de São Paulo, ficou acertado que a própria CPI farĂĄ essa repartição de competĂȘncias. O fatiamento, segundo assinalou o próprio Aras, deve ser feito o quanto antes para não atrasar o prazo de 30 dias para que a PGR se manifeste sobre o documento.

Especificamente sobre o relatório, o procurador-geral reiterou que uma equipe qualificada analisarĂĄ, sob sua coordenação direta, todas as informações e adotarĂĄ as providĂȘncias cabĂ­veis, "sempre sustentadas no respeito à Constituição e às leis" que, destacou, é o que assegura credibilidade ao trabalho do Ministério PĂșblico.

Sessão para leitura do relatório da CPI da Pandemia.
Sessão para leitura do relatório da CPI da Pandemia. - Marcelo Camargo/AgĂȘncia Brasil

STF

Da PGR, os senadores seguiram para o Supremo Tribunal Federal (STF), onde também entregaram uma cópia do parecer final da CPI ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito que apura, na Suprema Corte, a disseminação de notĂ­cias falsas. O grupo agradeceu o compartilhamento de informações de Moraes com a CPI e pediu atenção especial para a apreciação dos pedidos aprovados na Ășltima sessão do colegiado. Um deles pede a quebra do sigilo telemĂĄtico do presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais em razão da live na qual ele relacionou a vacina contra a covid-19 à aids.

Outro requerimento aprovado pede uma investigação de Moraes pela mesma manifestação realizada pelo presidente durante a transmissão ao vivo. Os parlamentares também encaminharam a Moraes os depoimentos dos empresĂĄrios OtĂĄvio Fackoury e Luciano Hang, para contribuir com o inquérito das fake news.

Ainda nesta quarta-feira, o grupo de senadores pretende entregar o relatório ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Outra medida é votar em plenĂĄrio a criação da Frente Parlamentar Observatório Covid-19, para continuar acompanhando os desdobramentos da CPI e as investigações de outras instituições.

Edição: Bruna Saniele

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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